Gil Dionísio, vocalista e letrista de Pás de Problème e Criatura, lança novo álbum dedicado inteiramente à voz: Sons de Embalar para Tempos de Guerra.
Já disponível online
Duas horas de música divididas em 30 faixas, num disco onde a voz tem o total destaque. Sem banda, Dionísio apresenta-se a solo e em duo com a cantora Beatriz Nande.
Num trabalho de pesquisa, gravações e recolha de sons para um mapear emocional e geográfico das muitas vozes com que cantamos.
O álbum conta também com a participação de convidados como Edgar Valente (Criatura), Luiz Gabriel Lopes (Graveola, Rosa Neon), o artista e programador Hugo Branco (VIC Aveiro), Renata Rodrigues (VIC Aveiro), o cante alentejano do Ti Joaquim (Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa), a jovem Margarida Martins da Silva e os cantautores Gabriel Pepe e Tiago Jesus, que também fazem parte do Coro dos Anjos, tal como as vozes de Sara Mercier, Piero Cavallari e Teresa Conceição
Sons de embalar para um possível embalo dos conflitos de narrativa. Para um diálogo maior, para um encontro simbólico.
Para embalar quem foi à guerra, para embalar quem está em guerra
Já disponível online, no youtube e bandcamp, e no spotify nas próximas semanas. Com edição vinil prevista para os próximos meses.
Sons de Embalar Para Tempos de Guerra (2021)
de Gil Dionísio
uma edição OLYMPO
no bandcamp
no youtube
"A Guerra não tem embalo, tem movimentos. Para cada movimento há tudo o que era e o que deixou de ser. Para cada movimento há a escolha do mover. E em cada escolha há a oportunidade do ser, a não ser quando não há oportunidade de escolha. Esse é o embalo da guerra, que mesmo sem movimento, já depois de ser e às vezes bem antes de ser acontecimento, deixa sempre num homem, numa mulher, num animal , numa planta ou num pedaço de terra a procura do ser.
O movimento é a prova viva da consciência do inconsciente. Mas nenhuma guerra é inconsciente, já que a guerra é uma escolha.
E se as guerras do inconsciente são invisíveis e infinitas, é curiosa e até espetacular, como quem faz espetáculo, a finitude de todas as guerras que têm nome: é a política do ser e de todas as narrativas possíveis que a própria palavra "política" nos deixa ser. Porque essas guerras que têm nome mudam de movimento como o vento muda a origem de uma onda. Mas as ondas vêm sempre e o nosso corpo transforma-se lentamente no mar que nos leva, com as suas correntes, destroços e estilhaços que já se encontram no sangue de quem lá vive.
Quem vive em guerra transforma o corpo, quem faz guerra transforma a terra.
Mas vamos ficar todos bem, menos aqueles que não ficam. Que som embala um ser que só conhece explosões?
Nessas linhas intermináveis por onde se escreve a história, existe uma cor, uma luz, um som que embala. Para os que estão bem a guerra é outra e para os outros que vivem do outro lado? e para todas as outras narrativas por onde a história não passa?
O sentir multiplica-se na magnitude com que vivemos, mesmo que em tempos de Guerra. E para cada sentir uma canção. A guerra não é de ninguém, a não ser daqueles que a vivem. E para cada conflito uma narrativa, para cada movimento um som. E para cada ser, um embalo.“ texto de apresentação de Gil Dionísio, SONS DE EMBALAR PARA TEMPOS DE GUERRA (2021)
Olympo
Poesia Colateral, para um Experimentalismo Lírico
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